Prenda-Me (Arrêtez-Moi,
França, 2013)
Dir:
Jean Paul Lillienfeld
A cota de filme policial este ano no Festival Varilux é preenchida por Prenda-Me, esse exemplar de tons quase teatrais (baseado, na verdade, no romance de Jean Teulé) pela forma como simplifica os espaços de ação da história. Mas há ainda toques bem dramáticos e pitadas de humor negro, o que o torna por vezes uma mistura estranha, difícil de definir.
No
fundo, o conflito da protagonista é bem mais simples de se entender e resolver,
mas a grande investida do filme está na forma como a história vai nos sendo
apresentada, talvez se alongando demais, via flashbacks da narração da protagonista. Todo o filme está marcado
pela relação que se estabelece entre essa mulher (Sophie Marceau) que vai à
delegacia confessar o assassinato do marido, ocorrido anos atrás, e a policial
(Miou-Miou) que ouve seu depoimento.
Apesar
desse drama ser o centro da questão (na época, a morte do marido que caiu da
janela de um prédio foi dada como suicídio, reforçada pelos problemas de
comportamento e agressividade que ele já apresentava), não há muito a se reconstruir
desses fatos e fatores que ajudam a esclarecer o caso.
O
filme ganha muito quando a personagem da policial se revela mais na história, o
que acontece na terça parte do filme. É quando a insistência dela em não
prender a confessora se torna mais evidente e as duas passam a compartilhar
certas percepções da vida e, principalmente, da noção de família. Há núcleos
familiares que prendem mais do que nos liberta.
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