terça-feira, 22 de março de 2011

Contracorrente

Jogo de Poder (Fair Game, EUA/Emirados Árabes, 2010)
Dir: Doug Liman



O mais improvável deste filme é o fato de ser dirigido por Doug Liman. O cineasta tem no currículo os péssimos Sr. e Sra. Smith e Jumper, tendo sido uma grande surpresa para mim quando vi seu mais novo projeto entre os filmes selecionados para a mostra competitiva do Festival de Cannes ano passado.

Parece o exemplo claro do cineasta que tem pretensões de fazer produtos interessantes, mas é engolido pela máquina hollywoodiana de produzir besteiróis. Mas se formos analisar bem, ele dirigiu anteriormente Identidade Bourne, que começou muito bem a trilogia que só cresceu, e o muito bom Vamos Nessa. Se estes não têm a carga política que Jogo de Poder traz, são exemplos do ótimo diretor que Liman consegue ser se estiver no projeto certo.

Livre de amarras, o longa nos conta a intrigante história da agente secreta da CIA Valerie Plame (Naomi Watts) que, envolvida, entre outras coisas, nos programas de inteligência que estudavam a existência de armas de destruição em massa no Iraque pós 11 de setembro, tem sua identidade revelada publicamente.

Ao mesmo tempo, ela precisa preservar sua família de tal exposição, tendo como grande suporte seu marido (Sean Penn) que, por sua vez, se empenha em travar um confronto contra as mentiras que são manipuladas sobre sua mulher indo a público e se pronunciando sempre que possível. O que não significa que o casal se livre de uma crise no relacionamento.

O filme deixa muito claro as intenções do então presidente George Bush em invadir o Iraque tendo como desculpa a suposta existência de um programa de armas nucleares no país. Toda a trama do filme gira em torno da insistência do governo republicano em ignorar as fartas informações da CIA de que tais programas não existiam no país governado por Saddam Hussein.

Bush precisava defender um pretexto para invadir o país, e começou-se toda uma comoção, tendo a mídia como aliada, a fim de difundir um clima alarmante de risco iminente de mais ataques não só contra os EUA, mas também em outras nações ocidentais. Nesse confronto, os agentes da CIA que conheciam as verdadeiras intenções por traz de tudo aquilo, lutavam do lado mais fraco da corda; no caso de Valerie, eram esmagados pelo poder e pouco podiam fazer para resistir.

Se o filme pode soar um tanto datado como algo que, hoje, todos nós já estamos cansados de saber sobre a não existência dessas armas no Iraque, vale muito por um ótimo roteiro que dá conta de revelar os diversos meandros do poder que aquela situação envolve, sem nunca soar pretensioso ou confuso.

Há ainda um grato tom de urgência e sobriedade que Liman imprime no ritmo da película. Sua câmera na mão nunca soa gratuita, e nem se faz notar tanto assim, o que o torna um cineasta a se vigiar, perdoado pelas besteiras que fez no passado e com potencial de nos entregar filmes tão corajosos e bem realizados como esse Jogo de Poder.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Diário de bordo

Bruna Surfistinha (Idem, Brasil, 2011)
Dir: Marcus Baldini


O fato de Bruna Surfistinha ser um filme melhor do que se podia esperar dele já é uma grande vantagem se considerarmos algumas irregularidades no projeto. Mas o trio de roteiristas que se debruçou sobre o livro autobiográfico O Doce Veneno do Escorpião, escrito pela ex-prostituta Raquel Pacheco, transformou o material num filme bastante correto e nada vulgar, o que parecia ser o maior receio em torno do projeto.

Pois o longa retrata com muita sinceridade os rumos tomados pela menina (ela saiu de casa aos 17 anos de idade) de classe média paulista na vida de prostituta. Ela conheceu o sucesso quando passou a relatar em seu blog os detalhes dos programas que fazia. Ao mesmo tempo que ganhou fama e dinheiro, se afundou nas drogas.

Apesar de um final um tanto abrupto e um começo um tanto desnorteado (nunca sabemos, de fato, qual o real motivo dela ter saído de casa e porque seu relacionamento com a família era tão frio), o filme dá consistência a essa personagem que queria ser alguém na vida e conseguiu vendendo o corpo.

Mas ao tomar partido da personagem, como não podia ser diferente, o filme não apresenta nenhum tipo de julgamento para seus atos, mesmo quando ela começa a se afundar em seu próprio sucesso, e essa é a melhor qualidade do longa. Da espelunca em que trabalhava, onde tinha que atender todo tipo de homem, até o serviço de luxo que criou em sua própria casa, passamos a torcer pelo sucesso de Bruna.

Nesse mesmo sentido, as cenas de sexo são todas muito boas, realistas na medida do possível (nada explícito), mas também nada tão vergonhoso que pareça mal realizado. Nesse ponto, Deborah Secco merece elogios por sua corajosa entrega à personagem, embora no geral sua atuação seja apenas mediana.

Mas, ao menos, existe um esforço visível dela para apresentar uma atuação decente, o que chega a acontecer algumas vezes, como numa das melhores cenas do filme em que Bruna faz o seu primeiro programa. Em meio à dor e ainda despreparada naquele ofício, a atriz encara a câmera numa atitude imponente e resistente. Acaba se tornando uma cena chave no filme pois é naquele momento em que a personagem sente na pele os sacrifícios que aquela ocupação exige, mas ao mesmo tempo busca força de vontade para se decidir que é aquilo mesmo que quer fazer a partir de então.

E vale lembrar a aparição cheia de vigor de Drica Morais, como a cafetina de Bruna, e também de Cássio Gabus Mendes, o cliente que se apaixona por ela, personagem que acaba revelando um tipo clássico de homens carentes que procuram carinho nas prostitutas.

Se nos quesitos técnicos poucas coisas se destacam (talvez um trabalho de figurino interessante), chama atenção a trilha sonora que tem na música They Don’t Make Mistakes, da dupla Tejo Damasceno e Andre Lucarelli, um chicletinho bom.

Assim, Bruna Surfistinha é um relato nada glamourizado da vida de uma garota de programa. Apesar dos tropeços e da pouco experiência do diretor Marcus Baldini, o filme passa como um olhar sem censuras e nunca barato sobre um assunto, na maior parte das vezes, tão discriminado no Brasil.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Curtinhas

Enterrado Vivo (Buried, EUA/Espanha/França, 2010)
Dir: Rodrigo Cortés


Se tivesse assistido a esse filme ano passado, com certeza estaria entre os melhores do ano. E não consigo entender como um projeto com um potencial tão grande de arregimentar público teve campanha e distribuição tão pouco valorizadas. Pois Enterrado Vivo é um longa angustiante que acompanha um personagem preso dentro de um caixão em toda sua duração. O melhor é como o roteiro consegue dar consistência a essa história de forma inteligente e ágil, ao mesmo tempo em que alcança momentos de tensão pelo simples fato de termos seu protagonista em uma situação limite, mantendo isso até o final, eletrizante.

Paul Conroy (Ryan Reynolds, com certeza em sua melhor atuação) é um motorista de caminhão que, durante uma emboscada sofrida em serviço no Iraque, acorda dentro de um caixão debaixo da terra portando poucos objetos como um celular, um isqueiro e uma lanterna. O público descobre junto com o protagonista por que ele está metido naquela situação e acompanha com a mesma apreensão suas tentativas de se livrar dali (faz isso tentando ligar para as pessoas certas). O filme ainda possui um trabalho de fotografia orgânico que aproveita todo foco de luz para construir sua iluminação. Corajoso em sua proposta, Enterrado Vivo é um misto de surpresa e tensão.


O Joelho de Claire (Le Genou de Claire, França, 1970)
Dir: Eric Rohmer


Meu primeiro Rohmer foi O Raio Verde, filme com o qual não simpatizei muito. Daí fiquei com pé atrás para conferir mais obras desse diretor da Nouvelle Vague francesa (morto no início do ano passado, aos 89 anos). Mas eis que O Joelho de Claire revelou um talento enorme em cativar o espectador com todo aquele falatório, o que no filme anterior me pareceu uma tanto distante, sem muita emoção. Porque nos filmes de Rohmer é assim: os personagens conversam pelos cotovelos. Ele filma com muita simplicidade, sem arroubos estéticos e estilísticos; mais importa as relações entre personagens e os sentimentos de cada um.

Aqui, Jerome (Jean-Claude Brialy) é um homem preste a se casar e vai passar uns dias sozinho no campo para vender sua casa e encontra uma velha amiga. Ela lhe apresenta à jovem romântica Laura (Béatrice Romand) e depois à infantil e bela Claire (Laurence de Monaghan), de quem Jerome se encanta pelo joelho. Chega um ponto da narrativa em que Jerome consegue reafirmar o amor pela esposa e resiste em se envolver com Laura; é quase uma segurança adquirida. Mas logo será abalado pelo fascínio incompreensível pelo joelho de Claire, que, por sua vez, nem dá bola para esse homem mais velho. Com a maestria do excelente texto de Rohmer, o filme investiga o fetichismo e o poder da atração, essa que pode surgir quando menos se espera e atacar os mais prevenidos.


127 Horas (127 Hours, EUA/Reino Unido, 2010)
Dir: Danny Boyle


Danny Boyle é aquele diretor que começou a carreira com um ótimo filme (Cova Rasa) e uma direção madura e que ano passado fez o terrível Quem Quer Ser um Milionário, numa direção desastrosa parecendo coisa de principiante. Pois agora ele lança esse 127 Horas, com uma ótima premissa, mas que se desenvolve de forma artificial e vazia (ajudada por uma fotografia totalmente publicitária). Temos aqui o aventureiro Aron Ralston (James Franco) que numa de suas escaladas pelas montanhas rochosas do estado de Utah fica com o braço preso numa pedra. O filme é um daqueles projetos que chama atenção porque se constrói basicamente com um único personagem que tenta se livrar de determinada situação até o fim do longa.

Seria o caso de louvarmos se o roteiro do filme não fosse tão desastrado. Durante muito tempo, Aron se entrega a flashbacks e alucinações que não ajudam em nada a desenvolver o personagem (dão ideia de “gastando o tempo”). A tal cena "forte", que tanto tem causado comoção e sensações desagradáveis em algumas platéias, é um tanto enfraquecida por uma péssima montagem que quebra o ritmo da tensão a todo instante. Por fim, a atuação do Franco é de uma canastrice sem igual, com o ator se esforçando muito com caras e bocas para transmitir aperto. Tudo isso faz do filme um projeto assim vazio, sem muito o que dizer, o que depreender.


A Erva do Rato (Idem, Brasil, 2008)
Dir: Julio Bressane


Eu que não sou dos maiores fãs de Julio Bressane, me surpreendi ao ter gostado desse A Erva do Rato, seu mais último trabalho. O cinema dele é bastante peculiar, sem concessões, joga o espectador numa trama nunca explícita e cheia de esquisitices e licenças narrativas. Aqui, a história é livremente baseada em dois ótimos contos de Machado de Assis (A Causa Secreta e Um Esqueleto, muito embora pegue emprestado pouca coisa de cada um). Gira em torno de um casal que se conhece num cemitério e passa a viver juntos.

Quase todo o filme se desenrola dentro da casa dos dois, onde começa a se formar um jogo de sexualidade estranhíssimo: ele tem o fetiche de fotografá-la nua, sempre em ângulos muito fechados; ela, refém desse jogo, é seduzida, talvez inconscientemente, pelo prazer que lhe proporciona um misterioso rato (!?!) que ronda a casa. O filme tem seu ar de alegoria ao mesmo tempo em que enche de bizarrice as atitudes de seus personagens. Presos a seus desejos, eles seguem como que seduzidos por suas próprias vontades, fora de si; e as atuação de Selton Mello e Alessandra Negrini são de grande entrega, no tom certo de veracidade e vigor. O final aterrador é um atestado de até onde esse jogo pode durar e levar. O último plano, torto, deixa ainda mais claro o senso de deslocamento e desconforto.


A Origem (Inception, EUA/Reino Unido, 2010)
Dir: Christopher Nolan


Depois de passada tanta badalação em torno desse filme, também visto como um quebra-cabeça concebido pelo sempre competente Christopher Nolan, quis escrever algumas palavras para não passar batido aqui no blogue. A Origem é mais um exemplar do cinemão comercial inteligente e bem realizado que parece ser a maior qualidade de ser realizador (vide os ótimos Batman Begins, O Cavaleiro das Trevas, O Grande Truque). A trama é conhecida e acompanha um grupo liderado por Cobb (Leonardo DiCaprio) que consegue adentrar nos sonhos das pessoas, sendo possível implantar determinadas ideias em seus subconscientes.

É o tipo de roteiro instigante que dá gosto de acompanhar até porque prende a atenção do espectador que, na mesma medida em que espera respostas para os mistérios que vão sendo apresentados, anseia por surpresas que, aqui, vão surgindo a cada sequência. O desejo por adrenalina também é satisfeito porque a ação não para à proporção em que a trama “evolui” enquanto se tornar possível entrar no sonho do sonho do sonho do sonho. Mas talvez por todo esse caminho turbinado, o roteiro seja por demais confuso e cheio de detalhes impossíveis de se apreender de uma só vez. O problema disso é ser enganado sem ter consciência disso. Tecnicamente impecável, em especial nos quesitos de efeitos especiais, som e trilha sonora, mesmo assim, é um bom filme, mas longe da obra-prima que pintam.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Real nostalgia

O Mágico (L’Illusionnist, França, 2010)
Dir: Sylvain Chomet



Com O Mágico, o animador Sylvain Chomet realiza a feliz tarefa de reviver o espírito do cineasta e comediante francês Jacques Tati junto com as principais características de sua obra, talvez uma das mais coesas da história do cinema. A animação é baseada num roteiro não filmado deixado por Tati.

A história gira em torno de um mágico tradicional que vê seu trabalho cada vez mais desprezado por platéias como um todo. Ao conhecer uma humilde jovem que ainda vê os números de ilusionismo com admiração, o mágico persiste em seu ofício, tentando ganhar o sustento e leva a garota a morar com ela numa cidade maior. Nas entrelinhas, um subtexto autobiográfico evidencia uma relação conturbada entre Tati e sua filha Sofia, (a quem o filme é dedicado).

Seria um problema maior, talvez, e pelo qual o filme tem sido atacado, o fato de Chomet abusar um tanto da melancolia que, se em Tati é quase uma consequência final presente em seus filmes, depois das trapalhadas de seu personagem, em Chomet é parte integrante da narrativa.

Está ali desde o início, literalmente, pois o filme começa em preto-e-branco, dotando a obra de um tom de tristeza latente. E isso aproxima bastante esse O Mágico da obra-prima As Bicicletas de Belleville, conto anterior de Chomet, mais do que a qualquer outro filme de Tati (mesmo que o próprio filme referencie explicitamente Meu Tio, um dos mais aclamados filmes de Tati, que é visto num momento em que o mágico entra por acaso em um cinema).

Mesmo assim, a alma do cineasta francês morto em 1982 está lá, seja no personagem reproduzido do conhecidíssimo Sr. Hulot, na narrativa em forma de esquetes, na ausência de diálogos, na nostalgia impregnada. Chomet faz uma grande referência ao gênio tatiniano, mas sabe incluir seu próprio estilo ao filme, a começar pelo recurso óbvio da animação com um traço bonito e bastante tradicional.

Em meio a toda essa melancolia empregada, o filme traz também seus momentos cômicos, como não poderia faltar num roteiro escrito por quem foi. O melhor é que as gags apostam na inteligência do espectador para que sejam compreendidas e, por se tratar de um filme muito discreto em suas pretensões, elas nunca são explosivas; querem mais é despertar aquela risada leve, mas ainda assim prazerosa.

Da mesma forma, existem várias sutilezas e detalhes durante todo o filme que sempre se tornam agradáveis quando descobertos. Além disso, o filme faz mostrar que os shows de mágica são tão tradicionais como a própria animação feita à mão. E que ambos ainda conseguem encantar as pessoas com sua beleza mais do que comprovada.

terça-feira, 1 de março de 2011

Filmes de fevereiro


1. A Noite do Demônio (Jacques Tourner, Reino Unido, 1957) ***

2. Adeus, Meninos (Louis Malle, França/AlemanhaOcidental/Itália, 1987) ***½

3. O Bom Coração (Dagur Kári, EUA/Dinamarca/Islândia/França/Alemanha, 2009) ***½

4. Dieta Mediterrânea (Joaquín Oristrell, Espanha, 2009) **

5. Biutiful (Alejandro González Iñárritu, México/Espanha, 2010) **

6. Os Profissionais (Richard Brooks, EUA, 1966) ***½

7. Cisne Negro (Darren Aronofsky, EUA, 2010) ****

8. O Mágico (Sylvain Chomet, França/Reino Unido, 2010) ***½

9. O Concerto (Radu Mihaileanu, França/Rússia/Itália/Romênia/Bélgica, 2009) *½

10. Splice – A Nova Espécie (Vincenzo Natali, Canadá/EUA/França, 2009) *

11. Beatrice Cenci (Lucio Fulci, Itália, 1969) ***½

12. Era Uma Vez em Tóquio (Yasujiro Ozu, Japão, 1953) ****

13. O Vencedor (David O. Russel, EUA, 2010) ****

14. Santuário (Alister Grierson, EUA/Austrália, 2011) **

15. Hatari! (Howard Hawks, EUA, 1962) **½

16. Arizona Nunca Mais (Joel e Ethan Coen, EUA, 1987) ***½

17. Meu Tio (Jacques Tati, França/Itália, 1958) ***

18. Na Roda da Fortuna (Joel e Ethan Coen, EUA/Reino Unido/ Alemanha, 1994) **½

19. O Discurso do Rei (Tom Hooper, Reino Unido/EUA/Austrália, 2010) **½

20. Bravura Indômita (Joel e Ethan Coen, EUA, 2010) ***½

21. O Ritual (Mikael Håfström, EUA, 2011) **

22. Burlesque (Steve Antin, EUA, 2010) **

23. Um Doce Olhar (Semih Kaplanoglu, Turquia/Alemanha, 2010) ***½

24. Enterrado Vivo (Rodrigo Cortés, EUA/Espanha/França, 2010) ****

25. Film Socialisme (Jean-Luc Godard, França/Suíça, 2010) **

26. Um Homem com Uma Câmera (Dziga Vertov, União Soviética, 1929) *****

27. Tempo de Embebedar Cavalos (Bahman Ghobadi, Irã, 2000) ***½

28. Três Reis (David O. Russel, EUA/Austrália, 1999) ***½

29. Dias de Ira (Carl Theodor Dreyer, Dinamarca, 1943) ****

30. Dente Canino (Giorgos Lanthimos, Grécia, 2009) *½

31. Exit Through the Gift Shop (Banksy, Reino Unido/EUA, 2010) ****

32. 127 Horas (Danny Boyle, Reino Unido/EUA, 2010) **

33. Fora da Lei (Rachid Bouchareb, França/Argélia/Bélgica, 2010) ***

34. Reino Animal (David Michôd, Austrália, 2010) ***


Revisões:

35. Marcas da Violência (David Cronenberg, EUA/Alemanha, 2005) ****½

36. Toy Story 3 (Lee Unkrich, EUA, 2010) ****