sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Curtinhas

O Sinal (La Señal, Argentina/Espanha, 2007)
Dir: Ricardo Darín e Martin Hodara


O Sinal deveria ter sido dirigido por Eduardo Mignogna, mas o diretor morreu repentinamente ainda na pré-produção do filme. Então, o ator Ricardo Darín (um dos grandes astros do cinema argentino, e um ótimo profissional) resolveu assumir a direção juntamente com Martin Hodara, além da já acertada atuação no papel principal. Ele vive Corvalán e junto com o amigo Santana (Diego Peretti) trabalha como detetive particular. Eles recebem da misteriosa e sensual Glória (Julieta Díaz) o trabalho de vigiar o marido dela em seus negócios escusos. Por mais que Santana insista para que Corvalán não aceite o trabalho, eles precisam se arriscar em algo maior e mais lucrativo que investigar casinhos de adultério. Estamos no ano de 1952 quando a primeira dama Eva Perón agoniza no leito de morte (o que confere morbidez à narrativa) e cercados por uma atmosfera noir que dá o tom sombrio ao filme, ajudado por um trabalho de fotografia excepcional. O filme é eficientíssimo em criar tensão (sabendo muito bem explorar os silêncios e o som-ambiente), funciona muito bem como thriller policial, o texto é inteligente, ágil e desenvolve seus personagens com bastante riqueza, calcado nas relações de Corvalán. Daí surge a forte amizade com Santana, o desalento de seu pai que queria um futuro melhor para o filho, os problemas com sua noiva que parece estar o traindo e, principalmente, o fascínio por Glória, mulher mais que fatal. As reviravoltas do final guardam boas surpresas, mas não deixa de ser melancólico. É por conta de filmes assim que o charme do cinema noir ainda se mantém vivo.


Na Mira do Chefe (In Bruges, Inglaterra/Bélgica, 2008)
Dir: Martin McDonagh


Essa produção inglesa talvez tenha sido uma das grandes surpresas do ano passado, num filme originalíssimo. Curiosamente a história é vendida como comédia, mas apesar de alguns momentos hilários, o filme se aproxima mais do drama, algo que vai se tornando evidente aos poucos. O filme começa com a chegada dos assassinos profissionais Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson) na Bélgica, fugidos depois de cometerem um homicídio a mando de sue chefe (Ralph Fiennes). Enquanto Ray entra em crise por ter matado um inocente (revelado num flashback incrível), Ken recebe secretamente a missão de matar o parceiro. A partir daí, a história ganha ótimas reviravoltas, todas plausíveis, e também certa densidade, sempre acompanhadas por excelentes diálogos. Exemplo. Ken pergunta para um anão num pub: “Você é americano?”, “Sim, mas não use isso contra mim”, é a resposta. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, o novato Martin McDonagh, é o grande mérito do filme (cuja indicação ao Oscar de Roteiro Original surpreendeu muita gente). Só escorrega no final quando força algumas coincidências e situações, mas nada que comprometa o desfecho da história. Depois disso, a atuação do trio de atores é ótima, com destaque para um Colin Farrell que só vem melhorando desde a guinada com O Sonho de Cassandra, e uma pequena participação de Jérémie Renier, ator fetiche dos irmãos Dardenne. O fato de se tratar do longa de estréia de Martin McDonagh nos faz pensar em não perder o diretor-roteirista de vista.


Trovão Tropical (Tropic Thunder, EUA, 2008)
Dir: Ben Stiller


Trovão Tropical não é uma sátira somente aos filmes de guerra, mas também à maquina hollywoodiana de fazer blockbusters envolvendo egos inflamados de produtores, diretores, roteiristas e atores. A história gira em torno da produção do filme Trovão Tropical, rodado no Vietnã, mas que enfrenta problemas pois o diretor (Steve Coogan) não consegue controlar as esquisitices de seus atores principais: Tugg Speedman (Ben Stiller) é o astro decaído que não consegue emplacar um bom trabalho; o egocêntrico Kirk Lazarus (Robert Downey Jr.) se identificou tanto com seu personagem, um sargento negro, que escureceu a cor da pele e vive numa crise de identidade; e o tresloucado Jeff Portnoy (Jack Black) é o astro viciado em cocaína que não pensa em outra coisa. Mais uma gama de outros personagens excêntricos povoa uma história que possui um senso de humor aguçadíssimo, por muitas vezes negro. Mesmo as paródias a filmes de guerra como Platoon e Apocalipse Now soam plausíveis e engraçadas. Em alguns momentos o texto apela para piadas mais abobalhadas (o personagem de Jack Black é o que mais sofre com isso). A paródia funciona até o fim, mantendo a unidade que reforça tanto o filme. É Hollywood rindo de si mesma.


Meu Irmão é Filho Único (Mio Fratello è Figlio Único, Itália, 2007)
Dir: Danielle Luchetti


O cinema italiano nunca deixou de ser político e vai carregar essa característica (quase um estigma) por muito tempo. Mesmo quando o filme não chega a ser uma história brilhante, há aqueles que encantam pela predisposição de tratar de temas assim, como esse Meu Irmão é Filho Único. Os irmãos Manrico (Riccardo Scarmaccio) e Accio (Elio Germano) brigam desde crianças, sendo Accio o garoto problema da família que desiste do seminário e foge de casa; ainda muito jovem, ele se alia ao partido fascista, em oposição ao viés comunista seguido por seu irmão e também por toda a família, talvez mais como uma forma de rebeldia. As coisas vão se complicar quando, mais velho, Accio se apaixonar por Francesca (Angela Finocchiaro), a namoradinha de seu querido irmão, agora um operário engajado na causa socialista. A câmera na mão justifica o constante clima conflituoso entre os dois, embora essa relação encontre altos e baixos; por mais que se estapeiem, no fundo, eles se adoram. No entanto, chega um momento em que o longa se torna repetitivo nesse sentido, os irmãos brigam feio, se envolvem com situações sérias (como sabotagens e emboscadas), mas logo depois estão juntos, a despeito de suas opiniões opostas. Porém, é justo dessa dualidade que surge a melhor cena do filme, quando uma briga corpo a corpo se transforma num abraço. Mesmo com final fatalista, talvez essa seja a essência do filme: o confronto fraterno que, na realidade, é afeto.


As Chaves de Casa (Le Chiavi di Casa, Itália/França/Alemanha, 2004)
Dir: Gianni Amelio


Mas não só de histórias políticas vive o cinema italiano. O drama sutil também faz parte de muitas produções feitas no país, como é o caso do simples, mas tocante As Chaves de Casa. Gianni (Kim Rossi Stuart, diretor e ator do ótimo Estamos Bem Mesmo Sem Você) é o pai de um garoto que possui deficiência física e mental; num corpo atrofiado de 15 anos, Paolo (Andrea Rossi) não tem capacidade psicológica de discernir ao certo as coisas. Gianni acompanhará o garoto em um tratamento de rotina num hospital na Alemanha. Acontece que desde o nascimento de Paolo, eles não se vêm pois Gianni o abandonou, depois da morte da mãe durante o parto. O estranhamento do pai pela situação se apresenta pelas imediatas dificuldades em controlar os impulsos impensados do menino. Nesse percurso, ele irá conhecer Nicole (Charlotte Rampling), mãe de uma garota também deficiente mental, representante viva daqueles que dedicam sua vida a cuidar de uma criança especial, em detrimento de sua própria. O filme em nenhum momento procura arrancar emoção, nem com musiquinha melodiosa, nem diálogos chorosos. Mesmo assim o texto é forte, bastante direto e muito sincero. É com essa simplicidade que o longa alcança o espectador em nossa vulnerabilidade diante do drama de Gianni. Por mais que ele passe a sentir o amor de poder cuidar do filho, isso não é tarefa fácil. É uma forma de se auto-consumir, de perder a liberdade em prol do cuidado ao outro, tarefa pela qual ele ainda possa não estar preparado. Mas quem estaria? O final em aberto do filme parece fazer justamente essa pergunta.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Blog de Ouro e Selo


Sangue Negro. Essa foi a escolha dos integrantes da Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos (SBBC) como o melhor filme de 2008. Não era o meu preferido, votei no estudo da mudança do tempo e do ser humano feito pelos irmãos Coen em Onde os Fracos Não Têm Vez. Mas é indiscutível que o trabalho de Paul Thomas Anderson tenha como resultado um filme grandioso sobre a ganância humana. Das 19 categorias, somente 6 dos meus votos saíram vitoriosos (contra 13 do ano passado). Dentre as surpresas, o prêmio de atriz para Julianne Moore (longe de ser uma das minhas favoritas), por Ensaio Sobre a Cegueira, Cate Blanchett como melhor coadjuvante por Não Estou Lá e O escafandro e a Borboleta perdendo o prêmio de fotografia para o todo-poderoso Sangue Negro. De qualquer forma, foi uma ótima premiação. Abaixo, a lista completa:

Melhor Filme:

Sangue Negro

Melhor Diretor:

Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)

Melhor Roteiro Original:

Wall-e

Melhor Roteiro Adaptado:

Sangue Negro

Melhor Ator:

Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)

Melhor Atriz:

Julianne Moore (Ensaio Sobre a Cegueira)

Melhor Ator Coadjuvante:

Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)

Melhor Atriz Coadjuvante:

Cate Blanchett (Não Estou Lá)

Melhor Elenco:

Queime Depois de Ler

Melhor Animação:

Wall-e

Melhor Trilha Sonora:

Desejo e Reparação

Melhor Canção:

Falling Slowly (Apenas Uma Vez)

Melhor Fotografia:

Sangue Negro

Melhor Direção de Arte:

Sweeney Todd

Melhor Figurino:

Desejo e Reparação

Melhor Montagem:

Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Maquiagem:

Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhores Efeitos Visuais:

Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhor Som:

Batman – O Cavaleiro das Trevas


Além disso, o amigo Diego Rodrigues, do Cinemania, indicou o Moviola Digital com o Selo “Olha que blog maneiro”. Apesar de nos conhecermos virtualmente há pouco tempo, é bom saber que o Moviola conquistou outro bom amigo. Valeu velho. As regras são as seguintes:

1. Exiba a imagem do selo "Olha que blog maneiro!" que você acabou de ganhar.
2. Poste o link do blog que te indicou (muito importante).
3. Indique 10 blogs de sua preferência.
4. Avise seus indicados (não esquecer).
5. Publique as regras.
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7. Envie a sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com o link dos 10 blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá uma caricatura em P&B.

Aqui, os blogs maneiros que eu indico:

Blog do Merten
Blog do Vinícius
Cinefilia.com
Cinéfilo, Eu?
Conversa de Balcão
Cosmunicando
Crônicas Cinéfilas
Devaneios de Amélie
Filmes do Chico
Setaro’s Blog

sábado, 24 de janeiro de 2009

O fim e o princípio

O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, EUA, 2008)
Dir: David Fincher



A nova produção de David Fincher é um filme correto e apesar das quase três horas de duração, transcorre muito bem, devido a um roteiro ágil e fácil, e também hábil em esconder alguns furos e imperfeições da narrativa. Mesmo assim, o filme dá a impressão de história bem contada, e apesar da originalidade do argumento, é na verdade um belo conto de amor. Caiu nas graças da Academia de Hollywood e é o líder de indicações ao Oscar 2009.

Acompanhamos toda a vida de Benjamin Button (Brad Pitt) desde o seu nascimento, com o único diferencial de que ele veio ao mundo com a aparência de um velho de 80 anos de idade, e com o passar do tempo vai rejuvenescendo. Ao nascer, é rejeitado pelo pai e acaba sendo criado pela negra Queenie (Taraji P. Henson) num asilo. Lá ele conhecerá, ainda em menina, a bela Daisy (Cate Blanchet), o amor de sua vida. O roteiro, com tom fantástico, é baseado no conto homônimo de F. Scott Fitzgerald.

O filme todo é narrado em flashback a partir do diário de Benjamin, lido pela filha de Daisy, que se encontra no leito de morte num quarto de hospital. A trajetória peculiar desse homem encontra problemas na sua inadequação diante do amor por uma pessoa que envelhece enquanto ele faz o percurso contrário. Há também por todo o filme reflexões sobre o morrer e é interessante notar que mesmo Benjamin estando rejuvenescendo, ele está também morrendo, como qualquer um.

No entanto, o roteiro talvez escorregue por buscar sempre emocionar o espectador, embora isso nunca soe forçado, mas insistente. Daí surge a relação de afetividade entre Benjamin e Queenie, a amizade com os velhinhos do asilo (que o aproxima ainda mais da persistência da morte), os encontros e desencontros com Daisy, o reaparecimento do pai, a questão da paternidade, etc. Mas convenhamos que na parte final o filme dê uma forçada no que diz respeito à partida de Benjamin (e seu descabido retorno) e na muito previsível descoberta feita pela filha de Daisy. E me pareceu muito desnecessário atualizar o texto ao incluir momentos prévios ao desastre do furacão Katrina sobre Nova Orleans.

O já conhecido virtuosismo técnico de David Fincher se minimiza aqui em prol de uma narrativa mais fluida (algo realizado soberbamente em Zodíaco), mas mesmo assim muitos quesitos merecem destaque, a começar por um trabalho de maquiagem perfeito: desde a incrível criação de um bebê com aparência de um idoso, às transformações constantes do corpo de Brad Pitt e o envelhecimento de uma quase irreconhecível Cate Blanchett. O trabalho de fotografia cria momentos de pura beleza (sua principal função aqui), enquanto a passagem dos anos ganha bastante eficiência por uma direção de arte caprichada e figurinos estilizados, mas nada exagerados.

Numa cena magnífica, o filme revela como uma pequena mudança nas atitudes interligadas de diversas pessoas pode provocar conseqüências desastrosas (nesse caso, um atropelamento), ao sabor do puro acaso. Nesse sentido, o filme aponta para a responsabilidade de nossos atos, o destino de nossas vidas que também interfere em outros destinos, e mesmo que você viva sua vida de trás para frente, não deve fugir desse encargo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Justiça seja feita

A Troca (Changeling, EUA, 2008)
Dir: Clint Eastwood


A primeira cena de A Troca, revelando o bairro onde mora a protagonista, se apresenta sob uma rápida fotografia em tom sépia, com o intuito de prenunciar o drama a ser vivido por Christine Collins (Angelina Jolie). Uma pena que o trajeto marcado pelo maldito maniqueísmo reduza tanto a história. E vindo de Clint Eastwood isso é um grande equívoco.

Certo dia, o filho de Christine desaparece misteriosamente. O Departamento de Polícia de Los Angeles procura em vão o garoto e acaba devovendo à mãe um filho que não é dela. Christine tenta, então, provar que foi enganada pelas autoridades.

Logo de início, o filme contrapõe forçadamente os lados da questão. Christine é a mãe solteira frágil e solitária, que precisa enfrentar um Departamento de Polícia corrupto e despreocupado com a verdade, representado pelo chefe de polícia J. J. Jones (Jeffrey Donovan). Um filme que poderia ganhar pela complexidade, prefere tornar seus personagens por demais rasos. No começo, o chefe de Christine a parabeniza pois o seu trabalho é tão bom como o de um homem (estamos na sociedade machista do final do século 20), mas ela se mostra totalmente sem ação diante da pressão da polícia em aceitar o garoto como filho.

Por outro lado, parece um tanto estúpido tentar forçar uma mãe a reconhecer um filho que não é seu. O filme se baseia em fatos reais, eu sei, mas nunca se revela o real motivo dessa atitude do DP de Los Angeles. Para piorar, surge o Reverendo Gustav Briegleb (John Malkovich) somente para ajudar a frágil Christine a denunciar os atos da polícia, pois não parece haver uma motivação maior.

Se os atores coadjuvantes não passam de corretos, com excessão do maníaco Jason Butler Harner (o desconhecido Gordon Northcott), há de se honrar a atuação de Angelina Jolie, totalmente dona de sua personagem, com toda sua fragilidade. Muita gente achou seu trabalho exagerado, mas me parece mais um problema de roteiro.

Enquanto a história vai se repetindo nesse embate forçado entre Christine e a polícia (com direito a envio dela ao manicômio), a narrativa ganha ainda um final dos mais moralistas, com os “culpados” sendo punidos por um júri diante de um público que aplaude vigorosamente as decisões.

O espectador é levado a se sentir justiçado, quase que masoquistamente pois presencia o sofrimento dos “culpados” como forma de contrapor o sofrimento pelo qual a protagonista passou. Tem direito até a liçãozinha de moral na última cena. O final do filme ainda se arrasta tempo demais depois do conflito ser “resolvido”. Até parece difícil acreditar que este é um fime de Clint Eastwood, selecionado em Cannes. Para se redimir, ele tratou logo de dirigir outra produção o mais rápido possível. Gran Torino tem previsão de lançamento no Brasil para fevereiro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Votos para o Blog de Ouro


Tudo pronto para o segundo Blog de Ouro, premiação dos melhores de 2008 pela Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos (SBBC). O prazo para o envio de votos se encerra hoje e no próximo domingo sai a lista de indicados. Meus votos? Aí embaixo:


Melhor Filme:

Onde os Fracos Não Têm Vez
Wall-E
Sangue Negro
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
A Questão Humana

Por um fio: Batman – O Cavaleiro das Trevas


Melhor Diretor:

Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
Joel e Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Cristian Mungiu (4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias)
Walter Salles e Daniela Thomas (Linha de Passe)
Nicolas Klotz (A Questão Humana)

Por um fio: Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta)


Melhor Roteiro Original:

A Questão Humana
Wall-e
Juno
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
Do Outro Lado


Por um fio: Na Mira do Chefe


Melhor Roteiro Adaptado:

Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
Desejo e Reparação
O Escafandro e a Borboleta
Batman – O Cavaleiro das Trevas


Por um fio: Medo da Verdade


Melhor Ator:

Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
Gordon Pinsent (Longe Dela)
João Miguel (Estômago)
James McAvoy (Desejo e Reparação)
Philip Seymour Hoffman (Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto)

Por um fio: Thiago Martins (Era Uma Vez...)


Melhor Atriz:

Ellen Page (Juno)
Julie Christie (Longe Dela)
Belén Ruenda (O Orfanato)
Arta Dobroshi (O Silêncio de Lorna)
Marianne Faithful (Irina Palm)

Por um fio: Anamaria Marinca (4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias) e Laura Linney (A Família Savage)


Melhor Ator Coadjuvante:

Paul Dano (Sangue Negro)
Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Michael Lonsdale (A Questão Humana)
Javier Barden (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Max von Sydow (O Escafandro e a Borboleta)

Por um fio: David Strathairn (Um Beijo Roubado)


Melhor Atriz Coadjuvante:

Marcia Gay Harden (O Nevoeiro)
Darlene Glória (Feliz Natal)
Rachel Weisz (Um Beijo Roubado)
Amy Ryan (Medo da Verdade)
Cássia Kiss (Chega de Saudade)

Por um fio: Cate Blanchett (Não Estou Lá)


Melhor Elenco:

Linha de Passe
Onde os Fracos Não Têm Vez
Queime Depois de Ler
Desejo e Reparação
Não Estou Lá


Por um fio: Canções de Amor


Melhor Animação:

Wall-e
Persépolis


Melhor Trilha Sonora:

Sangue Negro
Desejo e Reparação
Wall-e
Canções de Amor
Ensaio Sobre a Cegueira


Por um fio: Apenas Uma Vez


Melhor Canção:

Je N’aime que Toi (Canções de Amor)
If You Want Me (Apenas Uma Vez)
Falling Slowly (Apenas Uma Vez)
Guaranteed (Na Natureza Selvagem)
As-tu Déjà Aimé? (Canções de Amor)

Por um fio: Long Nights (Na Natureza Selvagem)


Melhor Fotografia:

O Escafandro e a Borboleta
Ensaio Sobre a Cegueira
Desejo e Reparação
Luz Silenciosa
Linha de Passe


Por um fio: Sangue Negro


Melhor Direção de Arte:

Sweeney Todd
Ensaio Sobre a Cegueira
Encarnação do Demônio
Cleópatra
Sangue Negro

Por um fio: Wall-e


Melhor Figurino:

Sweeney Todd
Desejo e Reparação
Hellboy II
A Espiã
A Bússola de Ouro

Por um fio: Cleópatra


Melhor Montagem:

Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
A Questão Humana
Onde os Fracos Não Têm Vez
O Escafandro e a Borboleta
Batman – O Cavaleiro das Trevas


Por um fio: Linha de Passe


Melhor Maquiagem:

Batman – O Cavaleiro das Trevas
Encarnação do Demônio
Hellboy II


Por um fio: Sweeney Todd


Melhores Efeitos Visuais:

Speed Racer
As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian
Hellboy II

Por um fio: O Homem de Ferro


Melhor Som:

Wall-e
Onde os Fracos Não Têm Vez
Desejo e Reparação
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Speed Racer

Por um fio: Sangue Negro

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

À Procura da emoção

Sete Vidas (Seven Pounds, EUA, 2008)
Dir: Grabriele Muccino

Sete Vidas é o típico filme de “emoção” em que deixar o espectador com lágrimas nos olhos parece ser a principal preocupação dos realizadores. É também um filme que, para manter a atenção das pessoas na tela, investe em misteriosas atitudes do protagonista deixando para o final as explicações e forjando no espectador um sentimento de compaixão pelo personagem principal.

Ben Thomas (Will Smith) é mostrado como um auditor fiscal que, a pretexto de visitar devedores do Imposto de Renda, tenta ajudar aqueles que mais passam por problemas na vida. As motivações dele parecem estar relacionadas com um acidente de carro e a perda da esposa, mas isso só se torna claro no fim, embora essa “surpresa” vá ficando um tanto evidente antes da revelação final.

Mas o filme é mais problemático quando apela para o maniqueísmo na hora em que Ben precisa encontrar pessoas “boas”, merecedoras de ajuda. Logo no início Ben ridiculariza um cego por telefone (interpretado por Woody Harrelson) e como ele não reage às provocações, já pode ser considerado uma pessoa “boa” (como se alguém que se irritasse, por uma justa causa, não fosse digna de receber socorro).

Porém, quando Emily (Rosario Dawson) surge como a bela garota que precisa de um transplante de coração e ainda possui tantos sonhos para se conquistar na vida, essa sim, está aprovada. Tanto que logo de cara a reconhecemos como o interesse romântico do protagonista.

O mais decepcionante do filme não é nem ele ser tão forçado na sua busca por compaixão, mas por vir do diretor italiano Grabriele Muccino que já conseguiu nos emocionar muito e genuinamente como o anterior À Procura da Felicidade (O Último Beijo, outro filme dele, realizado na Itália, também é outro ótimo exemplo).

Já o trabalho de Will Smith (astro mais bem pago de Hollywood atualmente) melhora muito a experiência, numa atuação cheia de caras, bocas e expressões de pena, mas nunca deslocadas ou exageradas; ele busca a emoção na medida certa e nos momentos oportunos. Algo que o resto do filme não consegue administrar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Melhores e piores de 2008

Demorei um pouco, mas lanço agora minha lista de melhores e piores do ano. Acredito que não é uma percepção geral, mas 2008 me pareceu um pouco melhor em filmes que o ano que se findou. Dos 116 filmes do ano vistos (em 2007 foram 125), ficam aqui os 20 mais e os 10 menos.


1. Onde os Fracos Não Têm Vez




Porque os tempos mudaram, assim como o ser humano


2. Wall-e



Porque é dos circuitos elétricos que exalam os sentimentos mais puros que um ser humano deveria cultivar


3. Sangue Negro




Porque a ganância nunca foi tão grandiosa


4. 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias


Porque não importa se o aborto é legal ou não, mas as conseqüências de tal ato


5. A Questão Humana


Porque detrás da estrutura capitalista pode-se encontrar o lado mais perverso do ser humano


6. Batman – O Cavaleiro das Trevas


Porque é um filme de super-herói, o drama de um justiceiro que precisa de um substituto, uma ode à Justiça e o retrato insano do Mal


7. Linha de Passe


Porque todos nós temos um caminho a seguir


8. O Escafandro e a Borboleta


Porque nem sempre o que nos prende é uma roupa de metal, mas sim um casulo

ou

“Porque também somos aquilo que perdemos”


9. Desejo e Reparação


Porque, de uma forma ou de outra, ainda há redenção


10. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto


Porque o poço pode ser mais fundo do que imaginamos


11. Do Outro Lado

12. Feliz Natal

13. Juno

14. O Silêncio de Lorna

15. O Orfanato

16. Canções de Amor

17. Cloverfield – Monstro

18. Estamos Bem Mesmo Sem Você

19. Persépolis

20. Luz Silenciosa




Mas também tem aqueles filmes chatos que nos perseguem e nos irritam:


1. Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito

2. Caótica Ana

3. Fim dos Tempos

4. Hancock

5. Um Jogo de Vida ou Morte

6. O Procurado

7. A Múmia: Tumba Do Imperador Dragão

8. Mamma Mia

9. Missão Babilônia

10. Crepúsculo