Dir: Nima Nourizadeh
Imagens de adolescentes norte-americanos se embriagando, se envergonhando e só pensando em sexo em festas são bastante difundidas pelo cinema, quase como uma marca cultural daquele povo. E parece não haver ocasião melhor para se evidenciar a estupidez de um grupo social marcado pela turbulência dos hormônios e a intransigência comportamental, principalmente quando se trata de uma classe média-alta em evidência, esbanjando impertinência e sentimento de dominação de mundo.
Pois Projeto X – Uma Festa Fora de Controle é o coroamento desse tipo de reunião conjunta, elevada à potência da imbecilidade à medida que uma tal festa organizada por três amigos pouco populares no colégio (vividos por Thomas Mann, Oliver Cooper e Jonathan Daniel Brown), em busca justamente por reverter essa situação, ganha proporções inesperadas e que evolui para um show de horrores dos mais nonsense que o cinema já viu (exemplos disso, o anão no forno, o traficante incinerador).
Não que um grupo similar de adolescentes brasileiros ou de qualquer outra parte do mundo também não possuam os mesmos traços característicos, as mesma vontades de reafirmação do eu enquanto adultos que ainda não são (e os melhores momentos do filme são quando isso fica mais evidente, vide as cenas com os seguranças mirins). Mas parece uma imagem tipicamente norte-americana (um filme típico do país) por toda a carga de imagens que o cinema já nos legou nesse sentido. Acaba, portanto, soando como um reflexo de uma sociedade cada vez mais idiotizada (Michael Moore que o diga).
Mas um dos grandes pecados do filme é corroborar com uma visão conformista de toda a calamidade perpetrada pelo trio de protagonistas e as consequências, inclusive futuras, como se fossem um mero detalhe, em prol de algo maior a ser conquistado (a atitude final do pai, então, é bastante sintomática nesse sentido, em contraste com o comentário que ele é pego fazendo no início). De qualquer forma, o filme tem momentos engraçados, e a própria descida ao caos vai se configurando como uma ladeira de bizarrices que nos vai sendo apresentada durante a festa em vertiginosa queda, quase sempre improváveis.
Em defesa do longa, está também o fato de trabalhar no registro da total subjetividade (é mais um filme em que os personagens detém o poder da câmera), o que reforça a ideia de ponto de vista (imaturo) dos garotos. E isso faz um contraponto muito interessante com o recente Poder Sem Limites, que traz a mesma necessidade juvenil de reafirmação perante os adultos, só que num registro mais dramático e fantasioso (o que não deixa de ser uma mistura curiosa, pena que num filme raso).
Entre a estupidez e a necessidade de imposição, Projeto X chega a ser exemplar na sua construção de um certo grupo social, numa certa sociedade, que reflete muito bem o modo de vida construído e valorizado atualmente por eles. É o tipo de imagem (no sentido moral mesmo) construída por uma indústria que reflete tão bem o seu lugar de origem.
Imagens de adolescentes norte-americanos se embriagando, se envergonhando e só pensando em sexo em festas são bastante difundidas pelo cinema, quase como uma marca cultural daquele povo. E parece não haver ocasião melhor para se evidenciar a estupidez de um grupo social marcado pela turbulência dos hormônios e a intransigência comportamental, principalmente quando se trata de uma classe média-alta em evidência, esbanjando impertinência e sentimento de dominação de mundo.
Pois Projeto X – Uma Festa Fora de Controle é o coroamento desse tipo de reunião conjunta, elevada à potência da imbecilidade à medida que uma tal festa organizada por três amigos pouco populares no colégio (vividos por Thomas Mann, Oliver Cooper e Jonathan Daniel Brown), em busca justamente por reverter essa situação, ganha proporções inesperadas e que evolui para um show de horrores dos mais nonsense que o cinema já viu (exemplos disso, o anão no forno, o traficante incinerador).
Não que um grupo similar de adolescentes brasileiros ou de qualquer outra parte do mundo também não possuam os mesmos traços característicos, as mesma vontades de reafirmação do eu enquanto adultos que ainda não são (e os melhores momentos do filme são quando isso fica mais evidente, vide as cenas com os seguranças mirins). Mas parece uma imagem tipicamente norte-americana (um filme típico do país) por toda a carga de imagens que o cinema já nos legou nesse sentido. Acaba, portanto, soando como um reflexo de uma sociedade cada vez mais idiotizada (Michael Moore que o diga).
Mas um dos grandes pecados do filme é corroborar com uma visão conformista de toda a calamidade perpetrada pelo trio de protagonistas e as consequências, inclusive futuras, como se fossem um mero detalhe, em prol de algo maior a ser conquistado (a atitude final do pai, então, é bastante sintomática nesse sentido, em contraste com o comentário que ele é pego fazendo no início). De qualquer forma, o filme tem momentos engraçados, e a própria descida ao caos vai se configurando como uma ladeira de bizarrices que nos vai sendo apresentada durante a festa em vertiginosa queda, quase sempre improváveis.
Em defesa do longa, está também o fato de trabalhar no registro da total subjetividade (é mais um filme em que os personagens detém o poder da câmera), o que reforça a ideia de ponto de vista (imaturo) dos garotos. E isso faz um contraponto muito interessante com o recente Poder Sem Limites, que traz a mesma necessidade juvenil de reafirmação perante os adultos, só que num registro mais dramático e fantasioso (o que não deixa de ser uma mistura curiosa, pena que num filme raso).
Entre a estupidez e a necessidade de imposição, Projeto X chega a ser exemplar na sua construção de um certo grupo social, numa certa sociedade, que reflete muito bem o modo de vida construído e valorizado atualmente por eles. É o tipo de imagem (no sentido moral mesmo) construída por uma indústria que reflete tão bem o seu lugar de origem.
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