Dir: José Eduardo Belmonte


O problema maior de Billi Pig não é ele ser um péssimo filme, mas de ser um péssimo filme dirigido por José Eduardo Belmonte. O diretor, nessa sua primeira investida na comédia, demonstra tão pouco talento pra o gênero, seja na falta de timing cômico, como no reprocessamento de ideias desgastadas e estereotipadas, construídas por um roteiro dos mais desinteressantes (assinado por Belmonte em pareceria com Ronaldo D’Oxum). Quando se pensa que Belmonte é a pessoa responsável por filmes de alto teor dramático, como o curioso A Concepção e o ótimo Se Nada Mais Der Certo, fica evidente o quanto ele está deslocado nesse seu mais novo projeto.
Não há nada mais desastroso numa comédia do que a ausência de graça, do humor que faz um filme valer a pena mesmo quando os personagens ou a história não são lá grandes coisas. Em Billi Pig, além dessa carência de comicidade, a história é rasa e se perde em si mesma, cada desenrolar da trama é mais sem noção do que o próximo.
Os planos de Wanderley (Selton Mello) para sair da pindaíba geral e dar uma vida melhor (leia-se glamourosa) para sua mulher Marivalda (Grazi Massafera), uma aspirante a atriz, passam pelo golpe aplicado num rico traficante local através de um possível milagre a ser perpetrado pelo padre picareta Roberval (Milton Gonçalves): ele terá que ressucitar a filha querida do mafioso.
Uma falta muito sentida no filme é a simpatia por esses personagens, o que dificulta demais o entrosamento do público com a trama já estapafúrdia. À ausência de carisma pelo grupo de picaretas, acrescenta-se um humor mais escrachado, com personagens se portando como idiotas, exagerando nos trejeitos, caindo no caricatural. Tudo parece contribuir para o efeito contrário, para o desânimo diante de tanta falta de mão firme para a comédia.
Se Grazi Massafera, como atriz principiante, se esforça bastante para fazer rir com a breguice de Marivalda, o que poucas vezes consegue, é muito pior ver grandes atores como Selton Mello e Milton Gonçalves, donos de personagens tão desinteressantes quanto estereotipados, terem que proferir diálogos dos mais banais e sem tino cômico, forçando um tom mais engraçado que quase nunca vem. Além disso, a investida em personagens secundários, como as secretárias bizarras, a dona da funerária (vivida por uma péssima Preta Gil) e o próprio porco de plástico de Marivalda (razão de ser do título do filme), revelando a faceta fantástica do filme, pois ele ganha vida e começa a falar com a protagonista, tuso isso não passa de perca de tempo já que não conseguem acrescentar muita coisa num filme já cheio de desperdício de talentos.
É cada vez mais difícil encontrar no cinema brasileiro pessoas que pensem e façam comédia de qualidade (alta exceção feita a Domingos de Oliveira e seu texto afiado e safado). A maioria deles provém da TV (em particular da Rede Globo e seu modelo estúpido de sitcoms), recauchutando nas telonas o que faz sucesso na grande televisiva (e este ano já tivemos outra prova dos maus ventos da comédia no cinema nacional com o temível As Aventuras de Agamenon, O Repórter).
Há de se pensar também em todos os problemas de distribuição que Belmonte enfrentou para levar seus filmes anteriores para as salas de cinema. Não eram obras fáceis para o grande público, histórias duras para poucos de estômago forte. Agora, na comédia, Belmonte parece querer um caminho mais fácil a fim de atingir a plateia (e lucrar com isso), o que de forma nenhuma é um demérito. O problema é quando falta talento envolvido para a empreitada.


O problema maior de Billi Pig não é ele ser um péssimo filme, mas de ser um péssimo filme dirigido por José Eduardo Belmonte. O diretor, nessa sua primeira investida na comédia, demonstra tão pouco talento pra o gênero, seja na falta de timing cômico, como no reprocessamento de ideias desgastadas e estereotipadas, construídas por um roteiro dos mais desinteressantes (assinado por Belmonte em pareceria com Ronaldo D’Oxum). Quando se pensa que Belmonte é a pessoa responsável por filmes de alto teor dramático, como o curioso A Concepção e o ótimo Se Nada Mais Der Certo, fica evidente o quanto ele está deslocado nesse seu mais novo projeto.
Não há nada mais desastroso numa comédia do que a ausência de graça, do humor que faz um filme valer a pena mesmo quando os personagens ou a história não são lá grandes coisas. Em Billi Pig, além dessa carência de comicidade, a história é rasa e se perde em si mesma, cada desenrolar da trama é mais sem noção do que o próximo.
Os planos de Wanderley (Selton Mello) para sair da pindaíba geral e dar uma vida melhor (leia-se glamourosa) para sua mulher Marivalda (Grazi Massafera), uma aspirante a atriz, passam pelo golpe aplicado num rico traficante local através de um possível milagre a ser perpetrado pelo padre picareta Roberval (Milton Gonçalves): ele terá que ressucitar a filha querida do mafioso.
Uma falta muito sentida no filme é a simpatia por esses personagens, o que dificulta demais o entrosamento do público com a trama já estapafúrdia. À ausência de carisma pelo grupo de picaretas, acrescenta-se um humor mais escrachado, com personagens se portando como idiotas, exagerando nos trejeitos, caindo no caricatural. Tudo parece contribuir para o efeito contrário, para o desânimo diante de tanta falta de mão firme para a comédia.
Se Grazi Massafera, como atriz principiante, se esforça bastante para fazer rir com a breguice de Marivalda, o que poucas vezes consegue, é muito pior ver grandes atores como Selton Mello e Milton Gonçalves, donos de personagens tão desinteressantes quanto estereotipados, terem que proferir diálogos dos mais banais e sem tino cômico, forçando um tom mais engraçado que quase nunca vem. Além disso, a investida em personagens secundários, como as secretárias bizarras, a dona da funerária (vivida por uma péssima Preta Gil) e o próprio porco de plástico de Marivalda (razão de ser do título do filme), revelando a faceta fantástica do filme, pois ele ganha vida e começa a falar com a protagonista, tuso isso não passa de perca de tempo já que não conseguem acrescentar muita coisa num filme já cheio de desperdício de talentos.É cada vez mais difícil encontrar no cinema brasileiro pessoas que pensem e façam comédia de qualidade (alta exceção feita a Domingos de Oliveira e seu texto afiado e safado). A maioria deles provém da TV (em particular da Rede Globo e seu modelo estúpido de sitcoms), recauchutando nas telonas o que faz sucesso na grande televisiva (e este ano já tivemos outra prova dos maus ventos da comédia no cinema nacional com o temível As Aventuras de Agamenon, O Repórter).
Há de se pensar também em todos os problemas de distribuição que Belmonte enfrentou para levar seus filmes anteriores para as salas de cinema. Não eram obras fáceis para o grande público, histórias duras para poucos de estômago forte. Agora, na comédia, Belmonte parece querer um caminho mais fácil a fim de atingir a plateia (e lucrar com isso), o que de forma nenhuma é um demérito. O problema é quando falta talento envolvido para a empreitada.
3 comentários:
Vou assistir só pelo Selton, mas já desconfiava que não é grande coisa.
O Falcão Maltês
Cansei do Selton Mello, sabe? Por isso nem me interesso por "Billi Pig". Ele deveria é se dedicar ao trabalho de diretor, onde ele tem alcançado resultados bem mais interessantes...
Antonio, e o Selton nem tá tão bem no filme. Culpa, claro, do péssimo roteiro que deram a ele. Uma pena.
Matheus, de fato, o Selton diretor rende sempre coisa boa (embora ele esteja somente no segundo filme). Mas é um cara que tem talento. Como ator acho que é só uma questão de encontrar bons personagens, que deem vazão ao talento do cara, acho ele muito bom ator. Mas quando ele pega um projeto como esse Billi Pig, aí a coisa complica.
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