Dir: Adrián Biniez


É por isso que são poucos os diálogos no filme e é bastante importante como roteiro e direção são eficientes em expressar os sentimentos e sensações de Jara se apoiando muito na força das imagens, com grande economia. Daí surgem ótimos momentos como quando Jara usa o batom da moça (a única forma dele se sentir mais perto da boca dela). Horacio Camandule confere enorme consistência a seu personagem, um sofredor apaixonado, e o reveste de complexidade, usando muito de sua expressão. É o tipo de filme em que pouco é bastante, e o mínimo se torna muito.
Vocês, os Vivos (Du Levande, Suécia/Alemanha/Dinamarca/ França/Noruega, 2007)
Dir: Roy Andersson


Ao mesmo tempo, o diretor tem um controle tão grande da composição de quadros, filmados sempre com câmera estática, que é um primor de construção. A direção de arte ajuda bastante com um trabalho de minimalismo e faz questão de apresentar os ambientes sempre vazios, justamente como representativos da forma como os personagens se sentem. A maneira como atores e objetos estão postos em cena são o trunfo do filme, além de uma visão pessimista sobre a vida humana, através da comédia. Talvez por isso, a única cena feliz do longa aconteça num sonho.
(500) Dias com Ela ((500) Days of Summer, EUA, 2009)
Dir: Marc Webb


Assim, o filme abre espaço para discutir os relacionamentos modernos em que os casais têm muito mais dificuldade de manter compromissos amorosos; então, Tom sofre. Na verdade, sentimos todas as oscilações de estado de espírito do personagem, através de uma narrativa totalmente não-linear que nunca deixa a história perder o ritmo. Destaque para um ótimo roteiro que sabe ser afetivo, engraçado, leve e melancólico sem perder no fator inteligência. A restrição é que Summer devia ser defendida por uma intérprete melhor do que Zooey Deschanel. Mas a beleza da garota ajuda bastante.
Tão Longe, Tão Perto (In Weiter Ferne, So Nah!, Alemanha, 1993)
Dir:


No entanto, Cassiel vai se deparar com situações mais perversas do que Damiel (Bruno Ganz), do filme anterior, personagem que reaparece aqui já com família estabelecida. Na Alamenha pós queda do Muro de Berlim, Cassiel terá seu caminho trespassado por mafiosos que lhe apresentarão o lado mais perverso do ser humano e o ex-anjo passa a percorrer caminhos tortuosos. Assim, o filme é um tanto mais duro, e é uma pena como o protagonista seja mostrado de forma tão imatura, o que não parece combinar com sua persona quando anjo. E nesse mesmo caminho, Wenders perde em alguns momentos sua usual sutileza. Mesmo assim, o diretor continua fazendo reflexões sobre o tempo e a condição humana.
A Onda (Die Welle, Alemanha, 2008)
Dir: Dennis Gansel


Embora acreditar nessa ideia seja um tanto forçado e os personagens dos alunos surjam um tanto estereotipados pelo roteiro (a cara durão, o jogador de polo individualista e popular, a garota inteligente que será a única a ver o absurdo da situação), Gansel filma tudo com muita competência e agilidade, ganhando ritmo na edição. O final impetuoso já era esperado e ainda consegue soar muito convincente, além de assustador por percebermos até que ponto pode chegar a mente humana.