quarta-feira, 18 de junho de 2014

Universo ampliado

Como Treinar Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2, EUA, 2014)
Dir: Dean DeBlois



Demorou um pouco para que a Dreamwoks de fato acertasse com mais uma de suas animações: Como Treinar Seu Dragão foi um sucesso, de púbico e crítica, quando lançado em 2010. Mostrou a maturidade do estúdio que nos havia presenteado com o transgressor Shrek há tempos, mas estacionou em termos de criatividade nos filmes seguintes, diante da concorrência sempre estimulante da Pixar.

Pois a continuação de Como Treinar Seu Dragão faz jus ao primeiro longa, reprisando uma das coisas que melhor funcionavam na obra anterior: a relação de companheirismo e a química entre o jovem Soluço, não à toa filho do rei, e o misterioso, mas dócil dragão Baguela (os nomes bobos dos protagonistas já revelam a veia um pouco mais infantil dessa história).

E dessa vez houve ampliações muito bem-vindas ao universo em que a narrativa se passa, esse mundo dos impérios vikings onde seres humanos e dragões, depois dos últimos acontecimentos, aprenderam a ser bons amigos. O espírito aventureiro de Soluço encontra no destemor e disposição de Banguela as possibilidades ideais para explorar novos territórios através de voos sensacionais que os dois realizam.

É numa dessas viagens ao desconhecido que eles terão seus mundos particulares abalados. O universo dos dragões ganha proporções maiores com a descoberta de outras raças dessas feras (e de humanos fazendo mau uso delas), pondo em xeque a ordem atual das coisas; assim como Soluço vai se esbarrar numa figura de sua própria família, escondida e distante de todos, lidando de outra maneira com o mundo dos dragões.

Esse é o tipo de ingrediente que alarga a mitologia de qualquer história. Porém, em Como Treinar Seu Dragão 2, os níveis de aventura continuam muito bons, instigantes e com boas doses de adrenalina, acrescido ao caprichado design dos personagens (especialmente os vários tipos de dragões que encontramos pelo caminho – em especial dois dos maiores deles). O ponto fraco do filme é que o roteiro ainda insiste em algumas lições de moral e ensinamentos edificantes que a história possibilita, expostos de forma nem sempre sutis, infantis demais, apesar de mirar bem nesse tipo de público. 

É claro que mais um filme da série já está sendo planejado. Em time vencedor mexe-se pouco, sem desvirtuá-lo, para que os méritos continuem aparecendo. Assim esperamos que sejam os próximos capítulos de uma saga que merece o sucesso que tem conquistado.

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