sexta-feira, 2 de maio de 2014

João Carlos Sampaio, interpretador de sonhos


É dessas coisas que a gente não explica, não entende e a mente não processa direito. Morreu hoje João Carlos Sampaio, crítico de cinema nascido no município baiano de Aratuípe, e que trabalhava no jornal A Tarde.

Rodava o Brasil cobrindo mostras e festivais de cinema, como crítico e curador, e levava a cara da Bahia com ele porque figura mais sorridente e jocosa não havia no meio crítico (olha só ele todo alegre na foto acima, com a turma da Oficina de Crítica de 2011, no Panorama).

Por isso mesmo era tão querido por todos, como fica evidente nas declarações de amigos por toda parte do país sobre essa dura e repentina perda. Morreu, inclusive, durante uma dessas viagens, cobrindo o Cine PE. Vai fazer uma falta enorme pra gente.

Foi-se um grande profissional e foi também um amigo, um sujeito dos mais amáveis que eu conheço, um grande apaixonado pelo cinema que espalhou e germinou essa paixão em todos aqueles que se dispuseram a aprender com ele.

Eu fui um desses, como que apadrinhado por sua figura generosa, e só tenho a agradecer os momentos que pude estar junto a um mestre. Porque ele também gostava de espalhar esse amor pelo cinema e pela boa crítica, me ensinou muito e certamente serviu de modelo para muita gente.

Através da tradicional Oficina de Fruição e Crítica Cinematográfica, realizada no Panorama Internacional Coisa de Cinema e também na Mostra Cinema Conquista, de onde era curador, João despertou em muitos o fascínio pelo mundo da sétima arte e por essa coisa de ser crítico de cinema, traduzido por ele mesmo como um “interpretador de sonhos”.

O principado de Aratuípe amanhece hoje triste com essa enorme perda, assim como tristes ficam todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-lo.

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