Dir: Paul Haggis

O novo filme do cara que fez Crash – No Limite? Claro que eu estava com um pé atrás (diferente de muita gente, bom ressaltar). Mas não devia, pois antes de debutar na direção de um longa, querendo parecer cult juntando a história de vários personagens que se entrelaçam e cada qual com seus problemas pessoais, Paul Haggis já construiu bons roteiros (Menina de Ouro, por exemplo, e continua escrevendo para outros diretores, mesmo que em contribuições como fez com Cartas de Iwo Jima e A Conquista da Honra).E esse é um dos grandes trunfos de No Vale das Sombras. A história do pai que parte em busca do filho recém-chegado da Guerra do Iraque e até uma semana depois não havia voltado para casa é ponto central da trama. A história se mantém a todo tempo instigante, cheia de reviravoltas e bastante coesa. Coesão essa conferida pela direção segura de Haggis.
Ao mesmo tempo em que existe uma busca física, o pai também vai conhecendo melhor seu filho, sua ações e seu comportamento nada glorioso (descobrir porque o jovem era apelidado de Doc, por exemplo, é algo desolador). Mas acima de tudo, a grande alfinetada do filme é em relação à formação psicológica desses jovens que vão para a guerra e parecem ter passado por uma lavagem cerebral, de tão distorcida que é sua mentalidade. A resolução do mistério pode parecer boba demais, mas é aí que reside o grande dilema da história, algo para nos chocar e incomodar.
E se Susan Saradon, mesmo aparecendo pouco, surge num poço de sensibilidade e dor (são as cenas mais tocantes), fica a cargo de Tommy Lee Jones encarnar a dor da perda, mas sobretudo a firmeza com que segue adiante na busca pela verdade sobre o desaparecimento de seu filho (e para surpresa de muitos, foi indicado merecidamente ao Oscar por esse papel). Charlize Theron dá força ao elenco vivendo a detetive que ajudará nas investigações. Investigações essas que denunciam o descaso do governo estadunidense para com seus soldados, pois depois de desaparecido o soldado, as instituições pouco fazem para desvendar o caso. Não é à toa que o personagem de Lee Jones muda de idéia em se tratando da forma como a bandeira de seu país deve ser hasteada.




Desejo e Reparação é, acima de tudo, uma história de arrependimento, mas também de amor. Amor que encontrará barreiras não nas convenções da sociedade que poderiam distanciar a jovem e aristocrática Cecília Tallis (Keira Knightley) de Robbie Turner (James McAvoy), filho do caseiro da propriedade dos Tallis, mas sim de uma inconseqüente acusação da irmã mais nova de Cecília, Briony (a talentosíssima Saoirse Ronan). A pequena irá incriminar o rapaz por algo que não cometeu e tal ato mudará a vida de todos. E se o casal sofrerá a dor da separação, é Briony que passará por um dilema moral mais intenso que a acompanhará por toda vida.












